Um tema de grande relevância no paciente com esclerose múltipla é a fadiga, nesse texto vamos falar sobre o que é? Por que se produz? Diagnósticos diferenciais e o que fazer para amenizar esse sintoma tão comum como incapacitante….
Fadiga na esclerose múltipla é definida como: Sensação de falta de energia e cansaço, seja física ou mental, secundária ou não ao esforço, e que interfere nas atividades da vida diária.
É um dos sintomas mais comuns, 80% dos pacientes vão experimentar fadiga em algum momento da doença e mais da metade dos pacientes define a fadiga como o pior sintoma, sendo um dos maiores causadores de incapacidade.
A fadiga na EM geralmente segue um padrão horário, aumentando com o avanço das horas, nos dias quentes, os exercícios tende a piorar la, assim como o estresse e a depressão, e geralmente melhora com o sono e o repouso.
Acredita-se que a fadiga seja causada por danos nas vias motora por alterações na condução, por falta de mielina ou dano direto aos neurônios, e outras teorias falam que há liberação de substâncias inflamatórias no cérebro.
Existem dois tipos de apresentação da fadiga:
- Primária: que é aquela que aparece de forma sustentada em mais da metade dos dias, por mais de seis semanas
- Secundária: que aparece repentinamente devido a um processo subjacente, como uma infecção ou outra doença.
O médico primeiro deberia tentar identificar se é causada pela mesma EM ou por outra causa secundaria.
Por tal motivo é necessário seguir as quatro etapas seguintes para um bom diagnóstico e tratamento da fadiga:
A primeira etapa é a avaliação da polifarmácia, com possível reajuste dos medicamentos da própria doença e outras comorbidades associadas:
Avaliação de alguns medicamentos como os próprios modificadores da doença, anticolinérgicos, antiespasmódicos e analgésicos entre outros pelo médico responsável para suspender, trocar, ou reajustar a dose caso permitido.
A segunda etapa é o rastreamento de alterações do humor como depressão:
Os distúrbios do humor como depressão e ansiedade pode melhorar com alimentação saudável, fazendo exercícios e até mesmo ouvindo música.
A meditação também é uma forma comprovada de ajudar a relaxar e aliviar o estres. E caso tenha indicação podem ser tratadas com psicoterapia cognitivo-comportamental ou farmacoterapia.
A terceira etapa é procurar algum do sono:
Os distúrbios de sono como síndrome de pernas inquietas (frequente em pacientes com EM), alteração comportamental do sono REM, apneia do sono ou insônia devem ser abordados. Sempre.
Sempre certifique-se de verificar se sua bebida ou medicamento para dor contem cafeína que pode impedir que você tenha um boa noite de sono, levando à fadiga no dia seguinte, assim como outras medidas de higiene de sono click aqui para ver
A quarta etapa: é investigar outras comorbidades como anormalidades metabólicas, respiratórias, cardiovasculares, obesidade, anemia, hipotireoidismo entre outras.
Também é importante o tratamento específico para obesidade, dor, anemia, hipotiroidismo, entre outras doenças que pudessem causar fadiga.
Deve-se considerar que as medidas não farmacológicas são a pedra angular do tratamento para a fadiga na esclerose múltipla.
Você deve discutir com teu medico um programa personalizado para reduzir a fadiga.
Um programa de exercícios consistente para ajudar na resistência, equilíbrio, perda de peso e bem-estar geral, outras opções como ioga, exercício aeróbico e dieta saudável poderiam ter benefício.
Existem estratégias de conservação de energia por exemplo:
Se notar que sente menos cansado pela manhã, aproveite a sua energia extra para realizar tarefas que exigem mais esforço, como fazer compras, assim como priorizar atividades, saber administrar os períodos de descanso.
Quando o calor é um problema, existem técnicas para esfriar:
Como usar o ar condicionado conforme necessário, especialmente nos meses de verão, usar roupas leves, tomar um banho frio, tomar bebidas geladas e também é possível o uso de colete refrescante no momento da caminhada ou da pratica exercícios físicos no calor.
A fisioterapia com um especialista treinado é importante, pois poderia ajudar a simplificar as atividades diárias envolvendo o uso de equipamentos adaptativos ou a mudança de ambiente para ajudar a aumentar sua energia física e mental.
Pode usar tambem técnicas ou dispositivos que podem ajudá-lo a economizar energia enquanto caminha ou auxilíam na marcha.
O manejo farmacológico é considerado quando as causas secundárias da fadiga foram abordadas e as estratégias não farmacológicas não tiveram sucesso. Tem medicamentos dopaminérgicos ou estimulantes para ajudar no tratamento.
Para obter mais informações sobre esses medicamentos, converse com seu médico.
Muito obrigado pelas informações sobre o sono e a fadiga estou muito bem durmo aproximadamente 8 a 9 horas